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Legislativo

Dia Nacional do Rádio: as ondas eletromagnéticas na construção da cidadania

No carro em movimento, no som em casa, em megafones no meio da rua ou nos fones de ouvidos conectados ao celular, em AM, FM ou no streaming, em todos eles o rádio está mais que presente e faz parte da vida das pessoas, tanto que é até difícil imaginar a vida sem ele. 

No dia 25 de setembro celebramos o Dia Nacional do Rádio, meio de comunicação considerado a paixão dos brasileiros e que até já foi condenado à extinção após as evoluções tecnológicas vindas depois da sua criação, sobretudo as digitais. 

Contudo, os dados mostram o contrário. Segundo informações do Inside Rádio 2022, estudo anual da Kantar Ibope Media sobre o consumo de rádio no País, ele é ouvido por 83% da população brasileira, tendo em vista as 13 regiões pesquisadas regularmente pela empresa. A instituição também revela que três a cada cinco ouvintes escutam rádio todos os dias. Tais dados demonstram a forte relevância desse meio para os cidadãos brasileiros, como uma das principais formas de acesso à informação e tendo como uma das características o alcance a regiões mais afastadas dos grandes centros. 

Diante dessa relevância, a Agência de Notícias da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) desenvolveu esta produção especial em celebração à data. Nesta matéria, você vai conhecer mais sobre a história do rádio no Brasil, a importância desse meio para os brasileiros e como a Alece FM, a emissora do Parlamento cearense, se encaixa nessa trajetória. 

O INÍCIO DO RÁDIO NO BRASIL

Era 7 de setembro de 1922, nas comemorações do centenário da Independência do Brasil, quando aconteceu a primeira transmissão radiofônica oficial no País. Brasileiros puderam ouvir, ao vivo, o discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa, em diferentes localidades, por meio de um equipamento inovador e “mágico”: os receptores de rádio. 

Para que isso acontecesse, foi criada temporariamente uma estação de rádio no Corcovado, localizado no Rio de Janeiro (na época, a capital do Brasil), onde foi instalado um transmissor. Daí, cerca de 80 aparelhos receptores foram distribuídos entre Niterói, Petrópolis e São Paulo. 

Ok, você pode até pensar que isso foi um evento comum, dada a distância temporal de quando ele aconteceu, afinal de contas, hoje o rádio é um dos meios de comunicação mais populares e acessíveis e, além dele, ainda temos a televisão e os poderosos smartphones. Mas vale lembrar que estamos falando de uma época em que a comunicação mais avançada era o telégrafo, um equipamento que transmitia mensagens, porém sem som. 

Essa primeira transmissão marca, então, o início da rádio no Brasil, meio de comunicação que se tornou um dos mais populares e importantes em diversos sentidos, principalmente para propósitos de entretenimento, integração regional e, até mesmo, educacionais. 

A criação da considerada primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, aconteceu no ano seguinte, em 1923, a partir da iniciativa do antropólogo e educador Edgard Roquette-Pinto. Foi ele também quem viabilizou a primeira transmissão em 1922. Por esse motivo, ele é considerado o “pai da radiodifusão brasileira” e a data do seu nascimento, 25 de setembro, passou a ser celebrada como o Dia Nacional do Rádio.

A Rádio Sociedade teve o patrocínio da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e, desde o início, seus fundadores (Roquette-Pinto e Henrique Morize) tinham como motivação os propósitos educacionais desse novo meio. Diante da alta taxa de analfabetismo nos anos de 1920, a radiofonia, apesar da inspiração elitista com que foi criada, foi vista como um caminho para ampliar e promover a educação e a cultura por todo o País, como uma ponte que unificaria o Brasil. 

Em 1936, Roquette-Pinto doou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro ao Ministério da Educação (MEC), tornando-se Rádio MEC e que está no ar até os dias atuais e mantém os moldes de valorização da cultura e de divulgação científica. 

Passados mais de 100 anos de história desse meio de comunicação no Brasil, muita coisa aconteceu, com destaque para a expansão para fins de entretenimento, dando início aos investimentos em publicidade nas emissoras, o que levou à criação dos famosos programas de auditório e das radionovelas. 

E, apesar da grande ênfase da iniciativa privada nos propósitos lucrativos, formato pelo qual o rádio mais se acentuou, esse meio sempre foi visto como uma forma de profissionalizar/educar a população, sendo uma ferramenta poderosa de comunicação por parte do Estado, no sentido democrático de prestação de contas e participação social. 

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