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Legislativo

Comissão da Alece participa de palestra em homenagem à luta de Frei Tito pelos direitos humanos

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) e do Escritório Frei Tito, participou da palestra “Memória, Verdade e Direitos Humanos – 50 Anos do Martírio de Frei Tito de Alencar”, que abriu a programação do Agosto da Memória e Verdade e foi realizada pela Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (SEDIH). 

A conversa, que aconteceu na Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi organizada pela Comissão de Direitos Humanos da UFC e teve a participação do frade dominicano e escritor Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto. 

O presidente da CDHC, deputado Renato Roseno (Psol), participou do encontro e falou sobre a importância de momentos como esse para o resgate da memória, assim como destacou a atuação de Frei Tito de Alencar

“A primeira coisa que uma ditadura supre é o acesso à verdade, à transparência, por isso que a nossa luta é por memória, verdade e justiça, ou seja, aqueles que eram agentes de estado que cometeram crimes, inclusive contra a ordem democrática, até hoje não foram responsabilizados. E Frei Tito de Alencar, frade dominicano, cearense de nascimento, é talvez um dos maiores símbolos dessa luta”, disse. 

Frei Betto, que é reconhecido pelo ativismo em favor dos direitos humanos, também defendeu iniciativas como essa. “O verbo comemorar significa fazer memória. Então eu creio que é muito importante ações como essa para que as novas gerações conheçam as atrocidades cometidas ao longo de vinte e um anos de ditadura, quando muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela democracia foram presos, torturados, assassinados e banidos do País, e é importante que no presente se conheça o passado, para não correr o risco de repeti-lo no futuro”, afirmou.

A coordenadora do Escritório Frei Tito, Patrícia Oliveira Gomes, também citou a vivência de Frei Tito como um incentivo para a continuação dos trabalhos em defesa dos direitos humanos.

“Ouvir o testemunho e o relato de várias pessoas, desses militantes, do Frei Tito e do Frei Betto é um momento que traz para a gente muita energia e muita convicção da necessidade de manter esse enfrentamento, de fazer o questionamento das práticas naturalizadas de violência e de tortura no âmbito do Estado”, disse.

Neste ano, faz 50 anos desde a morte de Frei Tito de Alencar, que lutou contra a ditadura, foi torturado e se exilou em vários países, fugindo da perseguição política. Nos últimos momentos da vida dele, esteve em Paris, na França, onde, traumatizado, cometeu suicídio.

ESCRITÓRIO FREI TITO

Em homenagem à vida e ao trabalho de Frei Tito, a Alece criou, há 24 anos, o Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar (EFTA). Roseno destaca algumas ações do órgão de cidadania da Alece. 

“O Escritório Frei Tito assessora comunidades que lutam pelo direito de moradia, pelo direito à terra, contra a violência, pelo seu direito à dignidade. No ano passado, chegou a mais de noventa mil famílias atendidas e, neste ano, inauguramos a primeira sucursal no Crato. Isso reitera nosso compromisso com a dignidade humana e também honra a memória de Frei Tito”, explicou.

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