Como destacou a parlamentar, apesar de as mulheres serem a maioria da população e do eleitorado, elas possuem pouca representatividade no parlamento
A deputada estadual Larissa Gaspar (PT) opinou que uma cota de gênero para a eleição seria mais eficiente que a cota de gênero para a chapa dos partidos políticos. Em entrevista ao Opinião CE, a parlamentar defendeu que o pleito tem que “corresponder a uma igualdade mais próxima da realidade”, o que não ocorre no Brasil.
“As mulheres são maioria da população e do eleitorado, e somos 18% da Câmara dos Deputados. Nossa democracia está muito arranhada”, disse.
A Justiça Eleitoral determina que as chapas dos partidos para o Legislativo devem contar com uma cota de gênero de 30%. Apesar de não delimitar que a parcela menor deve ser para as mulheres, os partidos, em sua maioria, destinam apenas esta porcentagem para candidaturas femininas.
Como disse Larissa, mesmo com a determinação, as legendas ainda se utilizam de instrumentos para infringir a medida. “Há muitas candidaturas laranjas e desvio de recursos que deveriam ir para uma candidatura feminina, mas são utilizados para fomentar candidaturas masculinas”, apontou.
“São distorções que acontecem. A gente precisa de um MPE [Ministério Público Eleitoral] muito atuante e uma sociedade atuante”, acrescentou.
PRIMEIRA 2ª VICE DA ASSEMBLEIA
Larissa assumiu, neste biênio 2025 e 2026, a 2ª Vice-Presidência da Assembleia. Esta foi apenas a primeira vez, em 190 anos de história da Casa, que uma mulher veio a ocupar o cargo de vice da Mesa Diretora. “Traz um alerta de quanto tempo demoramos para chegar lá e de que ainda é pouco estar neste lugar. Precisamos avançar bem mais.”
“Precisamos ter mulheres presidindo comissões importantes, como a Comissão do Orçamento, na Comissão de Constituição e Justiça, estar na Primeira-Vice, na Presidência e Primeira Secretaria”, destacou.