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COOPERATIVISMO RURAL

Inovação e sustentabilidade fortalecem o cooperativismo no campo

cooperativismo no campo é hoje uma das maiores forças de transformação da agricultura familiar no Brasil. No Ceará, essa realidade ganhou destaque com o 1º Encontro Juventude e Cooperativismo da Agricultura Familiar, promovido pelo Sistema Fecomércio Ceará. O evento reuniu duzentos jovens de 26 cooperativas no Hotel Ecológico Sesc Iparana, em Caucaia, fortalecendo o protagonismo das juventudes rurais e o futuro da economia local.

Com o avanço de iniciativas sustentáveis e o estímulo à permanência do jovem no campo, o cooperativismo no campo mostra que desenvolvimento, renda e inovação podem caminhar juntos.

Fecomércio Ceará impulsiona a agricultura familiar

A proposta do Sistema Fecomércio surgiu da necessidade de adquirir alimentos de qualidade para escolas, restaurantes do Sesc e Senac e, ao mesmo tempo, apoiar o pequeno produtor. Por meio de um edital de credenciamento, as cooperativas passaram a fornecer produtos locais e a movimentar a economia rural.

Desde 2023, mais de R$ 40 milhões foram investidos diretamente nas comunidades rurais. Esse recurso circula internamente no estado, gerando emprego, renda e melhorias estruturais.

“O território se ergue quando o dinheiro fica ali. As famílias consomem, investem, compram tecnologia”, destacou Marlea Nobre, diretora administrativa do Sistema Fecomércio.

Inovação e sustentabilidade fortalecem o cooperativismo no campo

Além do apoio comercial, o projeto oferece qualificação técnica às cooperativas. De acordo com Eudes Xavier, consultor de programação social do Sesc e Senac, a parceria inclui experiências inovadoras, como o uso de biodigestores em Caucaia para produzir fertilizantes a partir de resíduos locais.

Essa integração entre educação e sustentabilidade garante que o cooperativismo no campo cresça de forma sólida, gerando impacto ambiental positivo e novas oportunidades de negócios.

Juventudes rurais como protagonistas do desenvolvimento

O encontro teve como foco os jovens de 18 a 33 anos, considerados essenciais para o futuro da agricultura familiar. Durante três dias, os participantes participaram de palestras, oficinas e rodas de conversa, aprendendo sobre gestão, agroecologia e inovação.

Segundo Luiz Fernando Bittencourt, vice-presidente da Fecomércio, o objetivo é compreender o que pensa o jovem rural e mostrar que ele pode ser empreendedor sem deixar o campo.

“O jovem precisa entender que a agricultura familiar também é negócio e oportunidade de futuro”, afirmou Claudia Brilhante, diretora institucional da entidade.

Histórias que inspiram a nova geração

A cooperada Jéssica Rodrigues, 32 anos, da Coopades (Aracati), representa essa nova geração. A cooperativa produz 50 toneladas de alimentos orgânicos por mês, investindo em capacitação e sustentabilidade.

Com o apoio do Sistema Fecomércio, as famílias ampliaram a produção e adotaram práticas regenerativas, sem o uso de agrotóxicos. “Oferecemos cursos sobre plantio e colheita. O agrônomo acompanha cada etapa para garantir qualidade”, explica Jéssica, que atua na logística e no marketing da cooperativa.


Sucessão rural e permanência no campo

Durante o evento, Marlea Nobre conduziu a palestra “Sustentabilidade e a Juventude da Agricultura Familiar – Desafios e Projetos Sustentáveis”. Ela destacou que sucessão rural não é apenas herança de terra, mas continuidade de propósito.

“Não migre. Acredite. Desenvolva o território”, incentivou.

O desafio é combater o êxodo rural causado pela falta de oportunidades. O cooperativismo no campo, portanto, surge como alternativa real: gera renda, fortalece vínculos afetivos e dá orgulho à nova geração que escolhe permanecer produzindo.

Cooperativismo no campo: caminho para o futuro

Ao investir nas juventudes, o Sistema Fecomércio Ceará prova que o cooperativismo no campo é mais do que um modelo econômico — é um instrumento de transformação social. Ele garante segurança alimentar, preserva a biodiversidade e cria condições para um campo vivo, inovador e sustentável.

A agricultura familiar, fortalecida pelas cooperativas, mostra que o desenvolvimento regional depende do protagonismo de quem vive e acredita na terra.

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