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Economia: “Atitude populista”, avalia presidente da Faec sobre medida da União que zera tarifa de alimentos

presidente da Federação da Agricultura do Ceará (FAEC), Amilcar Silveira

Conforme o presidente da Faec, Amilcar Silveira, a alternativa certa para diminuir os preços dos alimentos seria aumentar a produção de alimentos, diminuindo os juros

Em entrevista ao jornal OPINIÃO CE, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amilcar Silveira, afirmou que a medida de zerar o imposto de importação de alimentos se trata de “uma atitude populista”, que não terá o impacto considerável em relação aos preços dos alimentos. Conforme o presidente, o principal fator que contribui para a alta dos preços é o aumento do dólar.

Nesta quinta-feira (6), o Governo Federal anunciou que zerar os impostos de nove gêneros alimentícios seria uma forma de segurar a inflação dos alimentos.

“O governo tem que fazer o seu dever de casa para diminuir os alimentos, não simplesmente tirar a taxa de importação para alimentos entrarem aqui. O impacto para o consumidor será muito pouco ou quase nada. Para mim, é mais uma atitude populista do que um ato de resultados”, declarou o presidente da Faec, Amilcar Silveira.

Na perspectiva do presidente da Faec, a alternativa certa para diminuir os preços dos alimentos seria aumentar a produção de alimentos, diminuindo os juros. “O governo deveria incentivar a produzir mais alimentos aqui para o alimento ficar mais barato à mesa do consumidor. Se ele pensasse no consumidor, faria isso”, afirmou Amilcar.

Amilcar ainda avaliou que a iniciativa não favorece a economia interna. “Nós somos os maiores exportadores de carne do mundo, aí você vai tirar a taxação de outros países para o produto entrar aqui. Nós pagamos aqui um juro alto, pagamos impostos aqui enquanto o importado não vai pagar”, analisou o presidente.

ECONOMIA DOLARIZADA

O presidente da Feac, Amilcar Sileira, relaciona a alta de preços dos alimentos com o aumento do dólar. Devido aos insumos de produção serem exportados, o valor do alimento sofre influência do país americano. O cenário também contribui para que as taxas de juros sejam mais caras para o produtor. Segundo o presidente, atualmente, existem muito produtores em recuperação judicial devido à situação.

“Eu acho que o que deveria acontecer agora é o governo organizar suas contas para que possa, principalmente, baixar juros, baixar o dólar, para que a gente possa ter um mercado mais propício aqui para produtores rurais”, finalizou Amilca.

TARIFA DE IMPORTAÇÃO ZERADA

Os alimentos que terão os tributos zerados são: azeite (hoje 9%), milho (hoje 7,2%), óleo de girassol (hoje até 9%), sardinha (hoje 32%), biscoitos (hoje 16,2%), massas alimentícias (macarrão) (hoje 14,4%), café (hoje 9%), carnes (hoje até 10,8%) e açúcar (hoje até 14%). A cota de importação do óleo de palma, atualmente em 65 mil toneladas, subiu para 150 mil. Segundo Geraldo Alckmin, a redução de tarifas entrará em vigor nos próximos dias após serem aprovadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).

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