Regis Molenat descobriu as virtudes do clima, do solo e da gente ibiapabanos e divide seu tempo entre São Benedito e Paris
O francês Regis Molenat tem contribuído, há 15 anos, para a melhoria da horticultura cearense afirma o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará Amílcar Silveira.
Regis Molenat (pronuncia-se Regí Molená) é um agrônomo francês, especializado em horticultura, com foco na produção de tomates. Em 2010, ele descobriu os encantos do Ceará. A convite do empresário Carlos Prado, fundador da Itaueira Agropecuária, e de Zuza de Oliveira, à época alto funcionário da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), ele visitou a Chapada da Ibiapaba, e admirou-se não só com a beleza do lugar, mas com a qualidade do seu solo e as virtudes do seu clima.
Molenat juntou-se à família Prado em um projeto de produção de tomates em São Benedito, na serra ibiapabana. Em seguida, ao empresário Edson Brok, produtor de banana na Chapada do Apodi, ao qual está ligado societariamente até hoje. Ele costuma dividir seu tempo entre Paris e São Benedito, acompanhando, do ponto de vista técnico e científico, o desenvolvimento do seu projeto tomateiro, que tem crescido na velocidade do frevo, tirando proveito, exatamente, daquelas especificidades com as quais a divina natureza prodigalizou a região.
Por meio de uma rede social da qual é um bissexto comentarista, Molenat falou sobre o Ceará, de novo enaltecendo seus predicados naturais, destacando a visível melhora de sua infraestrutura e citando como exemplo a correta duplicação das rodovias litorâneas para o Leste, ligando Fortaleza a Aracati, e para o Oeste, unindo a capital cearense à Camocim do pioneiro Pinto Martins, passando pelos maravilhosos e belos sítios praianos do pedaço Norte do nosso litoral.
Na sua opinião de Molenat, a impressão que tem o investidor estrangeiro – e o turista, também – é igual à sua: o Ceará é um bom lugar para projetos agropastoris, incluídos os da hortifruticultura. O clima é bom, o solo – sendo bem tratado – dá de tudo, o povo é acolhedor e, especialmente, muito trabalhador, adaptando-se a qualquer atividade econômica. Ele elogia a limpeza pública de Fortaleza e das cidades de praia.
Mas Regis Molenat chama atenção para alguns detalhes:
“Nos dias de hoje, o investidor já pergunta: ‘E a segurança pública, como é?’ E aí aparecem aspectos que preocupam. O Ceará, contudo, continua sendo um estado atrativo para o investimento privado. Eu sou muito agradecido aos que, naquele tempo, me convidaram para investir no Ceará, onde continuo até hoje e com vontade de permanecer por muito tempo”.
Regis Molenat faz questão de ressaltar que as empresas privadas do agro e da pecuária evoluíram no Ceará, investiram na tecnologia e, de uns tempos para cá, investem na inovação. É só ver o que se passa na apicultura, cuja produção de mel de abelha cresceu como um foguete da Space X. É só prestar atenção no que acontece com o cultivo protegido na Ibiapaba, algo que é fruto de um esforço exclusivo da iniciativa privada.
“Ainda falta fazer muito, mas a evolução de alguns setores da agropecuária cearense é impressionante. Eu estou feliz por ter escolhido o Ceará para investir lá”, diz Regis Molenat no linguajar próprio de quem ainda esgrima para dominar o português e sua complicadíssima gramática.
Jorge Parente, sócio e membro do Conselho de Administração da Alvoar, uma das cinco maiores empresas de lacticínios do país, entusiasma-se com a manifestação de Regis Molenat, de quem se tornou amigo e a quem ouve, quando o assunto tem ligação com a horticultura. Parente refere-se a Molenat como um pesquisador importante na área da melhoria dos hortifrutis. Esta coluna lembra que, na Europa, há a profissão de “melhorista” – profissionais técnicos, de nível superior, que, por meio de pesquisas, melhoram e ampliam a produção e a produtividade de diferentes itens da fruticultura e da horticultura.
O francês Regis Molenat tem contribuído, há 15 anos, para a melhoria da horticultura cearense. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará, Amílcar Silveira, não deixa por menos, ao lembrar:
“O Ceará tem a sorte de dispor de dois Regis: o Molenat, que produz tomate cearense com semente francesa selecionada e melhorada por ele, e o Fábio Régis, que está fazendo uma revolução na bananicultura e no cultivo protegido de tomate no seu Sítio Barreiras, em Missão Velha, no Cariri”.
É possível dizer que o melhor do Ceará é o cearense, que agora conta com ajuda estrangeira.