Agrônomo José Maria Pimenta diz que, nos últimos 50 anos, chuvas aumentaram em 13% no Sertão Central
As chuvas no Sertão Central aumentaram em 13% nos últimos 50 anos, diz o agrônomo e agropecuarista José Maria Pimente
Na antevéspera da abertura da COP 30 – a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada na próxima semana em Belém — o agrônomo José Maria Pimenta, ex-presidente da Emater e hoje um agropecuarista do Sertão Central do Ceará, chama atenção para o que, na sua opinião, se passa, à revelia dos ecologistas, em diferentes áreas do Brasil, incluindo a geografia cearense. Ele disse hoje à coluna:
“Muito se tem falado sobre essas mudanças climáticas, mas ninguém fala a respeito das coisas positivas que aconteceram por conta da intervenção humana. Reparem: aqui no Ceará, nos últimos 50 anos, depois da construção dos grandes, médios e pequenos açudes, as chuvas, sobretudo aqui no Sertão Central, onde resido e desenvolvo minhas atividades, aumentaram 13%.”
Ele explica:
“Isto se deve a esse acúmulo de água que foi guardado por esses reservatórios construídos nesse meio século. E ninguém fala nisso. Só se fala no mal das intervenções humanas no meio ambiente, das coisas boas não se fala.”
José Maria Pimenta lembra que, neste 2025, “Quixeramobim celebra 130 anos de medição das chuvas, tendo sido o primeiro do Brasil a medir chuva.”
“Nós começamos a medir chuva em 1896. São Paulo, o estado mais rico do país, só veio a fazê-lo quatro anos depois, com a criação do Instituto Agronômico de Campinas. Na América do Sul, Quixeramobim só perde para o Chile, que começou a medir chuva um pouco antes.”
Pimenta afirma que lamenta muito “não estarmos na COP 30 para mostrar esse trabalho de elaboração da série histórica (de medição das chuvas) de Quixeramobim, algo muito importante para o estudo do clima não só aqui, mas no resto do Brasil e do mundo”.
