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NEGÓCIOS

Setor de ração animal investe em tecnologia e Ceará ganha destaque no mercado nacional

De galinhas caipiras a grandes rebanhos, o estado vem se consolidando como um importante polo da cadeia produtiva

O setor de ração animal segue em expansão no Ceará, impulsionado pelo avanço tecnológico e pelo crescimento da demanda por nutrição de qualidade para diversas criações. De galinhas caipiras a grandes rebanhos, o estado vem se consolidando como um importante polo da cadeia produtiva, acompanhando o ritmo nacional, que registrou crescimento de quase 3% em 2024.

Em uma das indústrias cearenses, são produzidas cerca de 5 mil toneladas de ração por ano, abastecendo o mercado local e também estados vizinhos. “Tudo o que é fabricado aqui é voltado para garantir o bem-estar animal, com foco em nutrição e qualidade. Somos certificados pelo Ministério da Agricultura e passamos por fiscalizações frequentes para atender à legislação”, explica André Siqueira, empresário e diretor do Sindialimentos.

Apesar da produção local, os principais insumos ainda vêm de fora, especialmente do Mato Grosso e Goiás, o que encarece a cadeia. “A grande quantidade dos nossos ingredientes vem de outros estados, e o transporte ainda é rodoviário, o que pesa no custo”, afirma o analista de mercado Odálio Girão. A expectativa, segundo ele, é de que a inauguração da ferrovia Transnordestina, prevista para o próximo ano, mude esse cenário. “Com o transporte por trens até o PSEN (Porto do Pecém), vamos reduzir significativamente os custos logísticos e, consequentemente, o preço final da ração.”

Na busca por eficiência e sustentabilidade, o setor também tem apostado em tecnologia de ponta. “A gente já opera com conceito de indústria 4.0. Por exemplo, no processo de pelletização, temos sensores que monitoram umidade, temperatura e volume de produção, tudo em tempo real. Isso garante qualidade e produtividade”, ressalta André Siqueira.

Na ponta dessa cadeia está a agricultora e aposentada Maria de Jesus, que cria galinhas no quintal com cuidado e dedicação. “O milho seco, milho próprio para galinha. É um alimento bom, deixa elas gordinhas e saudáveis”, conta. Embora simples, o sistema de Dona Maria revela a importância de uma cadeia produtiva que começa nos grãos e termina na mesa do consumidor, valorizando o pequeno produtor e movimentando uma das engrenagens fundamentais do agronegócio cearense.

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