Amílcar Silveira, presidente da Faec, e Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, ganharam projeção na CNA e na CNI
As lideranças empresariais cearenses alçam voo e chegam ao protagonismo nacional, graças ao trabalho dedicado e à boa articulação política
Esta foi uma semana de boas e más notícias para a agropecuária e a indústria do Ceará. Comecemos pelas negativas: o tarifaço do mercurial presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impondo uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano, atingiu em cheio a indústria cearense de calçados e a de captura e beneficiamento de pescado, que são empregadoras intensivas de mão de obra. E castigou, também, os pequenos e grandes produtores de mel de abelha, de frutas e de cera de carnaúba.
Para socorrê-los, estão unidos os governos federal e estadual. Este, pela voz do governador Elmano de Freitas, garantiu a compra de parte do pescado que seria exportado para inclui-la na merenda escolar e no cardápio dos hospitais e das universidades estaduais. O governador já se reuniu com o embaixador da China no Brasil, buscando o mercado chinês como alternativa ao restante do pescado que iria para os EUA.
E o que fazer com relação à indústria calçadista? Elmano de Freitas já anunciou que liberará créditos do ICMS às empresas exportadoras, como a Grendene, a maior delas; por sua vez, o governo federal promete anunciar segunda-feira,11, um pacote de medidas parecidas com as que, em 2020, na pandemia da Covid-19, foram anunciadas pelo então ministro da Fazenda, Paulo Guedes. Foram medidas necessárias, mas que fizeram explodir o gasto público e levaram o PIB para baixo. Em vez de uma pandemia sanitária, o Brasil está hoje diante de uma pandemia tarifária, com graves consequências sociais e econômicas como se observará nos próximos meses, se durar muito essa absurda barreira comercial.
O que agrava o cenário é o uso político dessa pandemia de tarifas que castiga duramente o Brasil. Donald Trump pressiona o Judiciário brasileiro – leia-se ministro Alexandre de Moraes – a rever suas decisões em relação do ex-presidente Bolsonaro. Ao intrometer-se nos assuntos internos do Brasil, Donald Trump repete o que fez o presidente Lula, que, pessoalmente, foi a Argentina, visitou na prisão domiciliar a ex-presidente Cristina Kirchner – condenada por corrupção a seis anos de prisão pelo Judiciário do país vizinho – e posou com um cartaz na mão com os dizeres: “Cristina livre”.
Passemos, agora, às boas notícias: a Enel está finalizando o trabalho de instalação de nova uma rede elétrica que levará energia da subestação de Chorozinho até o distrito de São João do Aruaru, em Morada Nova, com 60 km de extensão. Essa rede beneficiará centenas de pequenos e grandes produtores rurais não só de Morada Nova, mas dos municípios do seu entorno. Investimento desse tamanho num momento de dificuldades deve ser saudado como vitória do setor produtivo e do governo do Estado, que liberou recursos para a sua execução.
Outra boa notícia: Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, já é segundo vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e seu futuro é promissor, segundo se ouve nos corredores de Brasília, onde ele transita com desenvoltura no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios. Seguindo as pegadas de Ricardo Cavalcante, avança o presidente da Faec, Amílcar Silveira, que, com apenas 3 anos de gestão, acaba de ser indicado para ocupar a segunda vice-presidência da CNA, a Confederação Nacional da Agricultura. Parece ser apenas o começo de uma carreira já exitosa.
Não é por acaso que isto acontece. Cavalcante e Silveira são hoje os grandes líderes do empresariado do Ceará, cada um no seu setor, e por isto mesmo atraem a atenção do comando nacional da indústria e da agropecuária pelo trabalho que empreendem à frente das duas entidades tanto no front da economia quanto no front político. A Fiec e a Faec são bons exemplos de como, no Ceará, o chamado Sistema S (de Sesi, Senai e Senar) está voltado para a qualificação técnica dos industriários e dos produtores rurais e de seus filhos. O Sesi e o Senai, com suas escolas e seus laboratórios, já preparam mão de obra para empresas de geração de energias renováveis e de produção do hidrogênio verde, enquanto o Senar capacita, com o uso da tecnologia, agricultores e pecuaristas a que melhorem sua produção e sua produtividade, produzindo mais com menos.
Resumindo: no túnel das dificuldades, brilha a luz do otimismo.