Agricultura Familiar

Projeto Sertão Vivo tem início no Ceará com Missão de Arranque

A Secretaria do Desenvolvimento Agrário recebe, de 01 a 03 de outubro, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),  Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e do Fundo Verde do Clima (GCF) para a Missão de Arranque do projeto Sertão Vivo. O secretário em exercício da SDA, Marcos Jacinto e a secretária de Fomento Produtivo e Agroecologia, Irineuda Lopes, presidiram a abertura da missão e recepcionaram a comitiva. O Ceará é o primeiro estado a iniciar as atividades do projeto, que beneficiará a população rural do semiárido do Nordeste brasileiro.

“O Ceará ganha muito com a perspectiva do Sertão Vivo, porque ele é um projeto que atuará junto às populações vulneráveis, aos povos e comunidades tradicionais e aos agricultores e agricultoras familiares. Eles entrarão neste momento de construção da resiliência climática através dos sistemas produtivos resilientes ao clima. A partir do conjunto de atividades, como do investimento produtivo, de acesso à água, de construção do conhecimento e de ampliação das capacidades, acreditamos que o Sertão Vivo tem um grande potencial como projeto estratégico do Governo do Ceará”, pontuou o secretário em exercício da SDA, Marcos Jacinto. 

Durante os três dias serão discutidos temas como a situação atual do Sertão Vivo, governança, aquisição e capacitação de ATER, gestão financeira e administrativa, monitoramento e avaliação, sistemas do FIDA e do BNDES, entre outros temas. 

Oficial de programa do FIDA no Brasil, Hardi Vieira destacou a relevância da missão. “Ela é fundamental para todos nós a fim de que possamos estabelecer um alinhamento interno e um nivelamento de conhecimento para a execução do projeto. O Ceará dará exemplo no início da implementação do projeto no Brasil. Temos um manual e procedimentos já acordados para garantir a execução arranque do projeto. Vamos aqui discutir prioritariamente as questões financeiras e o tema de aquisições para que possamos operacionalmente iniciar as atividades.”  

O projeto Sertão Vivo tem como objetivo transformar os sistemas produtivos dos agricultores familiares do semiárido nordestino a fim de aumentar sua produção e ao mesmo tempo reforçar a resiliência para enfrentar os desafios impostos pelas transformações do clima. Esses sistemas irão promover a adaptação e mitigação das mudanças climáticas. Com isso, a renda familiar e a segurança alimentar poderão ser aumentadas e estabilizadas, incentivando as gerações jovens a permanecerem nas áreas rurais.  

“O Ceará é o projeto que está mais avançado, o primeiro a ser contratado e o que está iniciando as atividades antes de todos. É um grande desafio, pois é o primeiro projeto do BNDES com uma agência da ONU, que é o FIDA. É o primeiro projeto no mundo, que eu tenho conhecimento, de financiamento e não doação à restauração produtiva para pequenos agricultores. Então, esse projeto tem uma série de inovações e nós do BNDES esperamos, junto com o Estado, conseguir implementá-lo com muito sucesso. É uma iniciativa para melhorar a qualidade de vida do agricultor do sertão e a resiliência climática, que beneficia todos os brasileiros e brasileiras”, afirmou o gerente do BNDES, Júlio Salarini. 

Sobre o Projeto Sertão Vivo

No Ceará, serão beneficiadas 63.111 famílias de 72 municípios. Serão investidos R$ 251,6 milhões para o desenvolvimento da agricultura familiar do Ceará. As ações serão organizadas em três componentes: financiamento de sistemas produtivos resilientes ao clima (CRPS); financiamento de acesso à água para produção; e gestão do conhecimento e ampliação de escala. 

Com o Sertão Vivo, serão implantados sistemas de produção resilientes a mudanças climáticas e construídos reservatórios de água para uso na lavoura, como cisternas-calçadão, barreiros trincheiras e barragens subterrâneas. As ações estão alinhadas às diretrizes do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 do Estado e ao seu planejamento de longo prazo (Ceará 2050), que, em seus eixos e programas, enfatizam a redução da pobreza rural, o acesso à água, a elevação do padrão de vida dos agricultores familiares, a inclusão socioeconômica e a sustentabilidade ambiental.

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